Corrida espacial asiática: China e Índia planejam ir para Marte
Países investem pesado no desenvolvimento de tecnologias e treinamento
de pessoas para mais uma conquista espacial. Quem será que chega na
frente?
“Nós escolhemos ir à Lua nesta década e fazer as outras coisas, não
porque sejam fáceis, mas porque são difíceis. Porque aquela meta irá
servir para organizar e medir o melhor de nossas energias e habilidades”
– foram as palavras do discurso de 1961 do presidente americano John F.
Kennedy que explicam os esforços do país para buscar a conquista do
espaço.
Mais do que explorar o desconhecido, sabemos que naquele momento
Rússia e Estados Unidos fortaleciam a rivalidade internacional ao mesmo
tempo em que celebravam seu desenvolvimento nacional. Hoje, o anúncio do
interesse de China e Índia por tudo o que está além da Terra nos
permite pensar que esses dois países passam a ocupar o espaço dos dois
grandes grupos políticos e econômicos de décadas atrás.
Índia
Fonte da imagem: The Hindu
O programa espacial da Índia foi criado na década de 1960 e até então
tinha seu principal foco no desenvolvimento do país e na construção de
satélites que ajudassem a monitorar a água e o desmatamento da região.
Em 2008, a Índia lançou o Chandrayaan-1 – um satélite que passou a
orbitar a Lua – e agora surgem planos para ir ainda mais além na
exploração da lua e do clima no espaço.
E um dos destinos que estão nos planos da Índia é Marte. Por esse
motivo, o país criou o Mars Orbiter Mission (MOM), um projeto de 73
milhões de dólares que pretende colocar uma sonda espacial na órbita de
Marte. Um dos desafios dessa missão é fazer com que o dispositivo
funcione corretamente, mesmo com a temperatura e a radiação do planeta
vermelho, já que foi isso que causou a “morte prematura” do
Chandrayaan-1, que não aguentou a radiação da Lua.
De acordo com o site
The Planetary Society, a missão da Índia em Marte está marcada para o dia 5 de novembro de 2013.
China
Fonte da imagem: Reprodução/The Atlantic
O programa de exploração espacial da China já entra na sua segunda
década e planeja uma nova visita ao espaço ainda esse ano. Em dezembro,
uma sonda será colocada a bordo do Chang’e-3 e, se tudo se sair conforme
o planejado, ela aterrissará na Lua para analisar amostras do solo e de
rochas. Zhao Xiaojin, diretor do departamento espacial da China
Aerospace Science and Technology Corporation, descreveu a sonda como um
equipamento capaz de se adaptar bem em diferentes ambientes, além de
estar equipada com um robô de alta performance.
Segundo o
The Atlantic, os planos chineses de conquistar Marte são mais ambiciosos e, por isso, estão previstos para 2040 e 2060.
Corrida espacial
O portal
New Scientist
revela que o aumento do interesse desses dois países pelo que há além
da atmosfera terrestre pode indicar o começo de uma corrida espacial
asiática que tem como principal objetivo a conquista de Marte.
Não nos restam dúvidas de que uma competição desse tipo resultaria em
inovação, mas talvez os desafios de engenharia e os esforços
financeiros necessários para que humanos possam chegar a Marte sejam
grandes o suficiente para desencorajar mesmo as duas potências
asiáticas. Quem sabe, sugere o New Scientist, uma colaboração entre os
dois países não fosse a melhor estratégia para garantir o sucesso da
exploração do planeta vermelho. O que você acha?